A palestra sobre a Candidatura da Praça São Francisco foi a primeira atividade do sábado (foto: Cleverton Silva, 2009).O último sábado (19-12) teve duas atividades referentes à Praça São Francisco dedicadas à comunidade, que é um dos principais agentes de salvaguarda e preservação/conservação do patrimônio cultural da cidade. Foram realizadas uma palestra oferecida no Auditório Maria Thétis Nunes, no Museu Histórico de Sergipe e à noite a última apresentação do Renantique no Projeto Música na Igreja, promovido pelo Sub-Pac, Secretaria da Casa Civil e Sergás, na Igreja do Convento São Francisco.
Pela manhã, foi proferida uma palestra com o Coordenador da Comissão Pró-Candidatura da Praça São Francisco a Patrimônio da Humanidade, Thiago Fragata, sobre a candidatura da Praça São francisco a Patrimônio da Humanidade, onde a equipe do Colégio Estadual Padre Gaspar Lourenço foi informada sobre todo o processo da candidatura, que ocorreu a partir de 2005, com os primeiros estudos, passando pela inscrição e visita em 2007 de Dora Aríza Gusmán, da UNESCO, até o momento atual, marcado por otimismo justificado pelas obras na cidade, que cumprem com as providências recomendadas pela UNESCO para a obtenção do título e pelo envolvimento cada vez maior da sociedade sancristovense em torno da causa.
Após a palestra, foi aberto um espaço para debates (foto: Cleverton Silva, 2009).Após a exposição do tema, os participantes prosseguiram com um rico debate, que troxe à tona uma série de temas como a recente descoberta das ossadas e da antiga tubulação. O professor Almir Júnior, que ensina no Colégio Gaspar Lourenço e lecionou no curso de Arqueologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), expôs que muitas informações podem ser obtidas com o estudo da última ossada, um esqueleto completo com danos apenas no crânio. Segundo Almir, a partir do estudo, é possível datar, definir sexo e doenças baseando-se nos ossos do esqueleto achado.
O Professor Almir Júnior pautou os recentes achados arqueológicos da Praça São Francisco (foto: Cleverton Silva, 2009).Logo após, a equipe do Sub-Pac reforçou para o público as providências do Governo de Sergipe para cumprir com as recomendações da UNESCO e ressaltou os seus esforços para levar a educação patrimonial às escolas públicas de São Cristóvão. Outros professores aproveitaram para expor a importância de se trabalhar a educação patrimonial nas escolas, especialmente o título pleiteado junto à UNESCO, bem como enfocaram o desconhecimento de parte da comunidade sobre o assunto. Ao final do evento, o público presente viu em primeira mão o vídeo institucional sobre a candidatura da Praça São Francisco a Patrimônio da Humanidade, que em breve será veiculada nas redes televisivas.
À noite, a comunidade sancristovense pôde mais uma vez apreciar a boa música do Grupo de Música Antiga Renantique, em sua última apresentação pelo Projeto Música na Igreja, promovida pelo Sub-Pac. Como esperado e visto várias vezes durante o projeto e outras ocasiões, o Renantique fez ecoar as notas musicais seculares que inspiravam nobres e plebeus, dos luxuosos salões reais às ruas e tavernas, marcadas pelo trabalho e a diversão do povo. Apesar de desfalcado por Juliana Almeida e Marcus Everson, que estiveram nas três apresentações anteriores, a apresentação ocorreu com repertório um pouco diferente.
Grupo Renantique com Altar-Mor da Igreja do Convento São Francisco ao fundo (foto: Cleverton Silva, 2009).O evento contou com as presenças do Sub-Secretário de estado do Patrimônio Cultural, Professor Luiz Alberto dos Santos; e a Superintendente do IPHAN em Sergipe, Professora Terezinha Oliva. O público pôde ouvir novamente músicas como La Tricotea (1505-1520), considerado pelo grupo como uma espécie trava-línguas, ou uma cacofonia com palavras em espanhol e outras línguas; Kalenda Maya (1155-1207), sobre o amor e o perdão entre um casal; Carmina Burana (1230), que inspirou a versão moderna idealizada por Carl Orff em 1937; além de outras canções.
O Sub-Secretário Luiz Alberto, aplaudindo de pé e o Sr. Manoel Ferreira ao lado (foto: Cleverton Silva, 2009).Além de religiosos, que permaneceram para a apresentação após a missa, pessoas ilustres da comunidade também prestigiaram o evento, a exemplo do Sr. Manoel Ferreira, primeiro defensor da ideia de São Cristóvão como a quarta cidade mais antiga do país na década de 1950(
clique aqui para saber mais sobre Manoel Ferreira), e o luthier Passos, escultor da viola de gamba baixo de 7 cordas e da rabeca medieval utilizadas nas apresentações do Renantique.
Antes de encerrar com Carmina Burana, Emmanuel Vasconcelos apresentou os instrumentos, os integrantes e agradeceu à equipe do Sub-Pac, patrocinadores e ao público que acompanhou as apresentações e aplaudiu de pé, encerrando o projeto com muito êxito. Logo após, Emmanuel ressaltou que esta apresentação teve um resultado melhor, atribuindo a melhora à acústica da Igreja do Convento São Francisco.
O barítono interpreta Carmina Burana com maestria (foto: Cleverton Silva, 2009).Para quem quiser vez outra apresentação do Renantique, a próxima oportunidade será no Encontro Cultural de Laranjeiras, evento que ocorrerá de 7 a 10 de janeiro de 2010. A apresentação está prevista para o dia 9 de janeiro, mas recomenda-se uma consulta à programação oficial do evento. Acompanhe mais fotos (Cleverton Silva, 2009).
O grupo presente na última apresentação do projeto.
Instrumentos musicais ou máquinas do tempo?
O Renantique canta e encanta.
O Renantique saúda e agradece ao público.A Comissão Pró-Candidatura da Praça São Francisco a Patrimônio da Humanidade e o Sub-Pac também agradecem à presença da comunidade nos eventos, pois Sergipe quer São Cristóvão Patrimônio Mundial.
Cleverton Silva.
Cruzeiro, em concreto armado, Igreja e Convento São Francisco, ao fundo (foto: Cleverton Silva, 2009).
